Lyonel Feininger – a arte expressionista com um toque de cubismo

Apesar de ter começado a trabalhar como artista plástico apenas aos 36 anos, Lyonel Feininger se desenvolveu no ofício com excelência e escreveu o seu nome na história da arte americana como um dos principais expoentes do expressionismo. Ao longo de sua carreira trabalhou também como fotógrafo, ilustrador e desenhista de história em quadrinhos. Lecionou na Bauhaus e ilustrou a capa do manifesto da Escola de 1919.

Lyonel Charles Feininger nasceu em 17 de julho de 1871 em Nova York. Descendente de alemães, aos 16 anos mudou-se para a Alemanha onde começou a estudar arte na Academia Real de Arte de Berlim onde teve aulas com Ernst Hancke. O jovem teve passagem por outras escolas de Berlin e também em Paris. Seu primeiro trabalho na área foi como caricaturista em importantes publicações de seu país na época como a Harper’s Round Table e Harper’s Young People.

Já aos 23 anos ele começou a trabalhar como cartunista para revistas francesas, alemãs e americanas. Em 1906 ilustrou duas histórias em quadrinhos para o Chicago Tribune, The Kin-der-Kids e Wee Willie Winkie World, oportunidade em que pode mostrar seu humor e experimentos gráficos, principalmente do uso naturalista da cor, o que ajudou a difundir o seu nome.

Aos 36 anos passou a se dedicar às artes plásticas e posteriormente ligou-se a importantes associações de artistas, como o Blaue Reiter e Os Quatro Azuis. Em 1911 expôs no Salão Independente de Paris. Além disso, foi o primeiro convidado a lecionar gravura na Bauhaus, quando Walter Gropius fundou a escola em 1919 é de Feininger a arte da capa do primeiro manifesto da Bauhaus, uma catedral em xilogravura.

A composição estética das obras de Feininger passa a ser enquadrada no expressionismo após o artista ter contato com os preceitos do Cubismo. O artista ficou conhecido por suas paisagens marítimas e por uma arquitetura pura e romântica. Sua natureza versátil fez com que ele também realizasse trabalhos como compositor e pianista, assim como o seu pai, o compositor alemão Kark Feininger. De 1928 a 1950, Feininger um grande número de obras fotográficas que ficaram restritas ao seu círculo íntimo de amigos.

O artista americano foi forçado a deixar a Alemanha em 1937, após os nazistas terem considerado a sua arte degeneradora. Assim, Feininger emigrou para Nova York onde permaneceu até a sua morte, em janeiro de 1956.


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Paul Klee – entre cores intensas, figuras geométricas e musicalidade

Influenciado por diversos movimentos de vanguarda como o expressionismo, cubismo e surrealismo, Paul Klee foi um pintor, poeta e musicista suíço que desenvolveu um estilo de arte bem pessoal. Ao longo de sua carreira trabalhou em diversos experimentos artísticos, dominando com maestria o uso da teoria das cores, além de incluir uma perspectiva única às suas obras, resultado de uma extensa bagagem cultural. Consagrou-se como um dos mais importantes pintores europeus do século XX.

Embora tivesse nacionalidade alemã, devido à origem de seu pai, Paul Klee nasceu em Münchenbuchsee, uma pequena cidade suíça, em 18 de dezembro de 1879. A família era ligada à música, sendo o seu pai um professor de música e sua mãe cantora, por isso, com apenas 7 anos o jovem Klee começou a tocar piano. Embora fosse desejo dos pais que seguisse a carreira musical, Klee já adolescente demonstrava grande interesse nas artes visuais, por encontrar ali mais liberdade de expressão.

Em 1898 conseguiu permissão dos pais para se matricular na Academia de Belas Artes de Munique, onde se destacou em desenho. Após sua formação, estudou os grandes mestres da pintura em Roma. Após sua incursão pela Itália retornou ao seio familiar e a partir de 1905 criou mais 67 obras resultantes de um longo período de estudos e experimentos, incluindo entre estes trabalhos Retrato de Meu Pai (1906).

Em 1906 casou-se com a pianista Lily Stumpf e foi morar em Munique. Durante algum tempo o casal se sustentou apenas com a renda de Lily, que dava aulas de piano. Klee tentou sem sucesso uma carreira como ilustrador e sua arte se desenvolveu vagarosamente. O reconhecimento só veio uma década depois.

Quatro anos após o seu casamento, em 1910, Klee fez a sua primeira exposição em Berna. Também ilustrou uma edição de Cândido, um clássico do escritor Voltaire. Outra guinada em sua carreira foi a associação aos artistas Kandinsky e Franz Marc, além de outros membros do clube O Cavaleiro Azul.

Em seguida teve contato com diversas teorias de cores e estilos modernos como o cubismo e a arte abstrata. Fez diversos experimentos de cores com aquarelas bastante diluídas e retratou algumas paisagens primitivas. A obra No Estilo De Kairouan (1914) marca o seu florescimento artístico com uma composição abstrata colorida e repleta de figuras geométricas que se conectam com a musicalidade nata de Klee.

Dali para frente recebeu grande atenção da crítica e realizou diversas mostras. A eclosão da Primeira Guerra Mundial refletiu em algumas de suas produções, justamente porque o artista perdeu alguns de seus amigos em combate. Passou a lecionar na escola de artes Bauhaus em 1920 e permaneceu como docente durante 10 anos. Na década de 30 foi perseguido pelos nazistas alemães e pouco tempo depois descobriu uma doença degenerativa que lhe tirou a vida em 1940.

Estimasse que o pintor produzido por volta de 9 mil obras e que seu trabalho tenha influenciado diversos artistas. Algumas das obras importantes de Paul Klee foram Cúpulas vermelhas e brancas (1914), Composição cósmica (1919), A casa giratória (1921), O gato e o pássaro (1928) e Nova harmonia (1936).


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Ferdinand Hodler – o expressionismo suíço

Citado como um dos mais populares pintores suíços do século XIX, Ferdinand Hodler foi um dos artistas europeus precursores do expressionismo. Sua arte, considerada como porta de entrada para o modernismo europeu, concentrou-se em paisagens, retratos e pinturas de gênero com um destacado estilo realista.

Hodler nasceu em 14 de março de 1853, na cidade de Berna, na Suíça. Era o mais velho de seis irmãos e seu pai era um humilde carpinteiro. O contato de Hodler com a arte se deu após a morte de seu pai, quando ele ainda era criança. Sua mãe casou-se com um pintor decorativo e não demorou a que Hodler ajudasse o padrasto com a pintura de placas e outros projetos comerciais. Após a morte da mãe de Hodler, o jovem foi para cidade de Thun ser aprendiz do pintor Ferdinand Sommer, um artista que se dedicava à pintura de paisagens, especialmente de montanhas, e eram usadas para fins turísticos.

Aos 18 anos, contudo, Hodler partiu para Genebra, cidade que era considerada o centro artístico da Suíça, em busca de melhores condições e desenvolvimento de sua arte. Chamou então a atenção de Barthélemy Menn, pintor e desenhista. Menn foi um dos primeiros em seu país a se dedicar a pintura ao ar livre, característica que influenciou os primeiros trabalhos de Hodler que eram basicamente compostos por paisagens e retratados trabalhados com intenso realismo.

Outra característica da obra de Ferdinand Hodler foi a criação do paralelismo, estilo que desenvolveu após ser influenciado pelo simbolismo e art nouveau. Esta nova técnica propunha o uso simétrico dos elementos da pintura, uma vez que o artista suíço acreditava que a simetria era a base da sociedade humana.

O expressionismo só foi incorporado realmente ao trabalho do pintor a partir de 1900, momento em que ele  passou a utilizar figuras geométricas e cores mais intensas nas suas produções. Também compôs obras em grande escala com temas patrióticos que causavam bastante admiração.

Entre as principais obras de Ferdinand Hodler destacam-se Noite (1889-1890), Cansado da Vida (1892), O Sapateiro (1878) e o Lenhador (1910). Retratou também o tema Morte, em seus quadros, interesse que surgiu após estudar as obras de Hans Holbein, em especial o quadro Cristo Morto no Túmulo. Explorando esse tema, Hodler criou uma série de pinturas em que retrata os momentos finais de uma de suas companheiras: Valentine Godé-Darel, que morreu vitima de câncer.

Apesar de ter encontrado a sua catarse ao pintar o declínio de sua amada, Hodler ficou profundamente abalado com a morte dela em 1913. O artista suíço faleceu dois anos depois, em decorrência de um edema pulmonar.


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Jackson Pollock – o pai do expressionismo abstrato norte-americano

Durante toda a sua vida, Jackson Pollock valorizou a espontaneidade artística. O pintor norte-americano desenvolveu a técnica do gotejamento ou dripping na pintura, que originalmente foi criada por Marx Ernst, e durante um de seus bloqueios criativos deu início ao movimento do Expressionismo Abstrato.

Batizado como Paul Jackson Pollock, nasceu em 28 de janeiro de 1912, na cidade de Cody, nos Estados Unidos. Pollock viveu grande parte da sua juventude na Califórnia, porém aos 18 anos mudou-se para Nova York onde estudou na Art Students League com o pintor regionalista Thomas Hart Benton.

Nesse viés, os primeiros experimentos artísticos de Pollock foram desenvolvidos no estilo regionalista e tinham certa influência do Surrealismo, além de inspiração nos muralistas mexicanos Diego Rivera e David Alfaro Siqueiros. Outra grande influência foi a pintura ritualística dos índios norte-americanos que viam na arte a materialização do mundo espiritual através do homem e costumavam pintar com areia e também em uma espécie de transe. Também era possível encontrar nos seus primeiros trabalhos inspirações nas obras de Picasso, Matisse e Miró.

Já em 1936 Pollock, estudou em uma oficina experimental, onde começou a fazer experiências com tinta líquida. Por isso, seus primeiros quadros abstratos foram concebidos com uma técnica de improvisação que posteriormente evoluiu para a utilização da Action painting ou pintura em ação (em tradução livre), em que o pintor registrava o seu estado emocional fazendo respingos semi-aleatórios sobre a tela.

Nos anos que se seguiram à Segunda Guerra Mundial houve uma verdadeira mudança na forma de sentir e registrar a arte. Preocupados em transmitir a irracionalidade e vulnerabilidade humana e todo o sentimento que permeava aquele clima de incertezas, surgiu o Expressionismo Abstrato.

Inserido neste contexto, Jackson Pollock, precursor da arte expressionista abstrata, passou a criar os seus quadros sem a utilização de pincéis ou cavaletes, dispondo suas imensas telas sobre o chão e deixando que respingos de tinta escorressem pela superfície e a partir disto dava vida às suas obras e aos sentimentos que tinha no momento. Para criar profundidade ou outros efeitos pela tela, usava facas, colheres de pedreiro ou gravetos.

Um verdadeiro marco artístico na obra de Pollocok ocorreu quando Peggy Guggenheim, uma das colecionadoras de arte mais importantes do século XX, encomendou-lhe um trabalho. Seis meses se passaram sem que o artista sequer começasse a criar algo, até que foi pressionado por sua contratante e em apenas uma sessão de pintura venceu um severo bloqueio artístico e criou o Mural (1943-44), obra que serviu como porta de entrada para o Expressionismo Abstrato.

Entre os anos de 1947 e 1950, o artista norte-americano elaborou as suas produções mais famosas utilizando-se do dripping, destacando-se Catedral (1947), Verão: número 9A (1948), Composição (1948), Número 5 (1948), Número 1 (1950), Um: número 31 (1950).

A partir de 1951, Pollock passa a usar cores mais escuras, deixando um pouco de lado a técnica de dripping. Nesse processo, o artista tentava mesclar representações e abstrações e chegou a elaborar uma série de obras pintadas em preto e branco.

Jackson Pollock recebeu bastante reconhecimento e notoriedade ainda em vida, porém seu temperamento inconstante lhe rendeu um vício em álcool e dificuldades no casamento com a também artista, Lee Krasner. Pollock faleceu prematuramente, aos 44 anos, em um acidente de automóvel provocado por dirigir alcoolizado.

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Edvard Munch – o retrato das profundezas da alma humana

Precursor do expressionismo, Edvard Munch foi um pintor norueguês que encontrou em sua obra uma forma de dar vazão aos sentimentos de uma vida marcada por acontecimentos trágicos. Sua composição artística muitas vezes chocou a sociedade, mesmo assim, o artista alcançou ainda em vida prestígio internacional.

Edvard Munch nasceu em 12 de dezembro de 1863, em Løten na Noruega. Ainda na infância teve que conviver com diversas mortes e doenças em sua família. Perdeu a mãe, vítima de tuberculose, aos 5 anos de idade. Sua irmã mais velha faleceu aos 15 anos e outra faleceu meses após se casar, já a irmã mais nova sofria com transtornos mentais. Seu pai tinha depressão e arroubos de fanatismo religioso, por isso, a educação de Munch ficou a cargo de uma tia que o apresentou às telas e pincéis.

Munch estudou na Escola de Artes e Ofícios de Oslo, tendo como influência a arte naturalista. Já no ano de 1882, Munch exibiu alguns de seus quadros na Exposição de Outono de Oslo. Um de seus mestres à época foi Christian Krogh, influente pintor represente da arte realista norueguesa.

Contudo, entre os anos de 1885 e 1889, em viagem a Paris, teve contato com a obra pós-impressionista, especialmente de Van Gogh e Gauguin, que veio a exercer influência sobre o desenvolvimento do seu estilo artístico.

Em 1892 viu a exposição Verein Berliner Künstler, em Berlim, ser fechada uma semana após a abertura, devido ao choque que os 50 quadros expostos causaram na crítica e no público. Já no ano seguinte, Edvard Munch cria a sua obra mais famosa: O Grito (1893). O quadro tornou-se o ícone do expressionismo e traz em sua composição as principais características do movimento que tinha como objetivo mostra na tela o impacto emocional, os sentimentos e as experiências mais íntimas do artista.

A partir daquele momento, Munch realizou diversas viagens pelo continente europeu, concentrando a maior parte de sua estadia na Alemanha. No ano de 1908 passou por uma temporada em uma clínica de doentes mentais na Dinamarca, após uma crise nervosa provocada principalmente pelo alcoolismo.

Aquele ano também marcou o seu retorno definitivo à Noruega. Já em 1909 realizou uma exposição que foi sucesso de vendas. Munch ganhou ainda um concurso para decorar com painéis o salão nobre da Universidade de Oslo. O artista então passa a pintar quadros mais leves e com uma aura menos pessimista.

A popularidade de Edvard Munch atingiu o ápice, mesmo o artista tendo optado por um estilo de vida mais solitário. O artista tornou-se membro da Academia de Belas Artes em 1923 na Noruega. Entretanto em 1937, sua obra chamou a atenção dos nazistas que a consideraram degenerada e a retiraram dos museus e salões de arte da Alemanha.

Outras das obras mais notáveis de Edvard Munch são A menina doente (1885), Amor e Dor (1893), A madona (1893-94) e Entre o relógio e a cama (1940-42). Munch faleceu em 1944, na Noruega.

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