Pintura a Óleo

O óleo sobre tela se trata de uma das mais populares técnicas de pintura da história da arte. É obtida a partir da aplicação da tinta a óleo com pincéis ou espátulas principalmente sobre telas de linho, brim, algodão cru ou tecido misto. As mais antigas pinturas à óleo que se tem registro datam do século VII, porém foi na Europa do século XV que a técnica ganhou mais destaque, essencialmente nas obras de Jan Van Eyck a quem muitos historiadores atribuíam a invenção desta técnica pictórica. A versatilidade oferecida pela tinta à óleo foi um dos fatores que a tornaram um dos mais tradicionais métodos de pintura.

Em 2001, a trágica destruição das gigantescas estátuas dos Budas de Bamiyan revelou as mais antigas pinturas a óleo que se tem registro e que datam do século VII. A descoberta mostrou que a técnica já era usada muitos séculos antes da época em que viveu o artista Jan Van Eyck. O artista holandês renascentista, contudo, foi o primeiro a substituir a têmpera à base de ovo por pigmentos misturados em óleos de linhaça e nozes. A tinta obtida a partir desta mistura tinha um efeito mais lustroso que a da têmpera, além disso, proporcionava uma secagem mais lenta o que permitia ao artista alterar o trabalho ou finalizá-lo dias depois.

Por ser uma das técnicas de pintura mais versáteis, a tinta a óleo permitiu que ao longo dos séculos os artistas desenvolvessem diferentes estilos artísticos que foram desde a exploração dos contrates de luz e sombra de artistas barrocos, como Caravaggio, à famosa técnica de sfumato, de Leonardo da Vinci.

Para a utilização da tinta a óleo são usados pincéis de diferentes formatos, tamanhos e tipos de cerdas, além de espátulas que permitem, por exemplo, a aplicação da técnica do empastamento que se caracteriza pelo uso de grossas camadas de tinta que formam relevos sobre a tela. A paleta de madeira (ou material de preferência) é um dos recursos utilizados para facilitar a mistura de cores para se obter diferentes tonalidades. Também é comum que os artistas apliquem cobalto sobre a pintura para agilizar o processo de secagem.

Salvador Dalí – as excentricidades de um gênio surrealista

Conhecido por suas extravagâncias que muitas vezes se sobrepunham à sua arte, Salvador Dalí é um dos nomes mais importantes do Surrealismo, tendo assinado obras icônicas do movimento, utilizando-se de imagens oníricas e uma impressionante técnica artística. Não se atendo apenas ao âmbito das artes plásticas, o pintor espanhol contribuiu também para o cinema em produções de Walt Disney e Alfred Hitchcock.

Nascido em 1904 na Catalunha, Espanha, Salvador Felip Jacint Dalí i Domènech ficou mundialmente conhecido como Salvador Dalí. Iniciou a educação artística formal bem jovem na Escola de Desenho Federal, já em 1921, aos 16 anos de idade, passou a frequentar a Academia de Artes de San Fernando, em Madri, porém não concluiu os estudos pois foi expulso duas vezes por criticar o corpo docente da instituição. Seus cabelos compridos e roupas extravagantes já despertavam interesse e viriam a consolidar a personalidade excêntrica do artista. Foi nessa ocasião também que Dalí começou a experimentar em suas produções o Cubismo e posteriormente o Dadaísmo que foi a verdadeira base de seu estilo artístico: o Surrealismo.

Em visita à Paris, entre 1926 e 1929, Dalí conheceu o pintor cubista Pablo Picasso, que foi grande fonte de inspiração para os seus trabalhos e também os pintores Joan Miró e René Magritte, responsável por lhe apresentar o estilo surrealista. Nesta época, contribuiu em produções cinematográficas de Luis Buñuel que conheceu na Academia de Artes de San Fernando e também conheceu a modelo e atriz Gala, então mulher do poeta Paul Éluard, e que viria a se tornar a sua musa inspiradora e esposa em 1934.

As principais características das obras de Dalí são as imagens oníricas, fantasiosas e muitas vezes ilógicas onde é possível observar objetos em justaposição inesperada em detrimento a paisagens aparentemente comuns. O processo criativo de Dalí baseava-se no que ele cunhou como “paranoia crítica”, onde abria mão da racionalidade, explorando o mundo dos sonhos, quase que em transe para obter o máximo da imaginação e criatividade. Suas principais obras são A Persistência da Memória, Girafa em Chamas, Sono, A crucificação de São João da Cruz e a Última Ceia.

Como se o conteúdo de seus quadros não lhe rendesse atenção suficiente, Dalí também ficou conhecido por suas extravagâncias. Em 1936, por exemplo, ele deu uma palestra vestido completamente com uma roupa de mergulho. Dalí chegou a romper com os surrealistas devido aos seus escândalos e divergências políticas e em 1940 partiu com Gala para os Estados Unidos, época em que colaborou na sequência do filme Spellbound, de Alfred Hitchcok. Ainda na década de 1940, ajudou na pré-produção da animação Destino, da Disney que, no entanto, só foi lançada em 2003, posteriormente à morte de Dalí que ocorreu em 1989, em Figueres, Espanha.

Créditos imagens:
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O Sono de Dalí
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