Pierre Bonnard – As cores do Pós-Impressionismo

Integrante do Grupo Nabis, formado por jovens artistas vanguardistas, Pierre Bonnard é um pintor francês representante do pós-impressionismo, movimento que ganhou força na última década do século XIX. Sua arte se desenvolveu através de cores ora intensas ora claras e luminosas, numa tentativa de captar as variações de luz do ambiente e como aquilo se refletia no objeto retratado, característica que conferiu à obra de Bonnard um tom intimista e emocional.

Pierre Bonnard nasceu em 3 de outubro de 1867 na comuna francesa de Fontenay-aux-Roses, localizada a sudoeste de Paris. Desde cedo demonstrou talento artístico, destacando se na pintura, desenho e caricaturas. Era comum ver o jovem pintando nos jardins casa de campo de sua filha. Porém seu destino e de seus dois irmãos já haviam sido traçados pelo pai, um chefe de Ministério da Guerra, que queria ver os filhos cursarem Direito em uma renomada faculdade de Paris. Aos 18 anos Bonnard partiu para a capital francesa onde ingressou na Universidade de Sorbonne e em dois anos obteve a licença em Direito.

No entanto, não demorou a ser seduzido pela efervescência artística da época. Em 1888, mesmo ano em que Bonnard passou a advogar, ele também se inscreveu na Academia de Belas Artes e na Academia Julian. Naquele mesmo ano juntou-se ao Les Nabis e após vender uma de suas obras, convenceu a família de que poderia viver de arte e assim abandonou de vez a carreira de advogado.

Apesar de toda a vertente filosófica e idealista dos Nabis, Bonnard manteve o seu estilo bem-humorado e não-ideológico. Ao longo de sua carreira artística pintou os temas mais comuns para época como cenas domésticas, paisagens, retratos e cenas urbanas, porém o que realmente se destacava em suas composições eram as cores que davam vida aos detalhes e momentos mais triviais.

Em 1891 teve a sua obra exposta na exposição anual da Sociedade dos Artistas Independentes. Ainda que colhesse os frutos das inovações impressionistas, Bonnard foi pouco influenciado por este movimento. Ele nutria, na verdade, grande paixão pela arte gráfica japonesa e é possível ver esta influência em algumas de suas obras, como o uso de padrões geométricos. Também passou a criar itens decorativos como móveis, tecidos e outros objetos e trabalhou como ilustrador para a revista La Revue Blanche.

No ano seguinte começou a produzir litografias, além de contribuir com uma série de ilustrações para o livro de Claude Terrase, seu cunhado. E em 1894 as suas pinturas de cenas urbanas se destacavam pelo artista manter o foco nas construções ou até mesmo em animais, no entanto os rostos raramente eram visíveis.

Pierre Bonnard foi um dos primeiros artistas a aderirem ao movimento Art Nouveau e em 1895 projetou um mural chamado Maternidade para a loja de luxo Tiffany. Aquele mesmo ano marcou também a sua primeira exposição individual na Galeria Durand-Ruel. Nos anos que se seguiram, Bonnard manteve a sua constante produção e essência artística. Faleceu em 1947, uma semana após concluir a A Árvore de Amêndoas em Flor.

O artista francês costumava pintar muitas de suas cenas de memória e fazia esboços a lápis que serviam de base para várias de suas pinturas. Entre os seus principais trabalhos se destacam Pont de la Concorde (1913-15), The Bowl Of Milk (1919), O Banho (1925) e O Banheiro (1932).


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Crédito Imagens:
https://www.wikiart.org/


Paul Gauguin – A singularidade do Pós-Impressionismo

Com um estilo artístico considerado difícil de ser classificado, o pintor francês Paul Gauguin escreveu o seu nome na história da arte ao lado de personalidades importantes do pós-impressionismo como Van Gogh e Paul

Cézanne. A vida do artista foi marcada por viagens e contato com culturas exóticas que propiciaram o desenvolvimento de um trabalho ousado e único. Não à toa, teve diversos seguidores e influenciou a criação de um grupo denominado Les Nablis que tinha a pintura não apenas como expressão artística, mas também como filosofia de vida.

Filho de um jornalista francês e de uma escritora peruana, Eugène-Henri-Paul Gauguin nasceu em Paris em 1848 e faleceu nas Ilhas Marquesas em 1903. Apesar de ter nascido na França, morou até os sete anos em Lima no Peru com a mãe e a irmã – o pai havia falecido durante a viagem de navio que os levou ao país latino-americano onde o jornalista pretendia trabalhar. Em 1855, Gauguin e a família retornaram para o seu país de origem e cerca de 10 anos depois, o jovem ingressou na marinha mercante.

Desenvolveu uma vida bem-sucedida como corretor e tinha a pintura apenas como um hobby de fim de semana. Porém tudo mudou com a quebra da Bolsa de Paris, época em que decidiu viver exclusivamente de sua arte, influenciado pela amizade com o pintor francês impressionista Camille Pissarro. Os anos que se seguiram a esta decisão culminaram em

um período de extrema dificuldade financeira e foram determinantes para colocar fim ao seu casamento com Mette Sophie Gad com quem teve cinco filhos.

Após deixar a ex-esposa e os filhos na Dinamarca, o artista viveu um tempo na Bretanha onde teve o contato com a vida simples do campo e também com outros artistas. A oportunidade de conhecer novas culturas surgiu em uma viagem à América Central.

Lá ele trabalhou como operário na construção do Canal do Panamá. Partiu posteriormente para Martinica que com suas paisagens exuberantes e coloridas inspirou diversas obras do artista francês. Foi nessa ocasião que ele se distanciou definitivamente da herança artística do impressionismo e buscou na arte primitiva o caminho para desenvolver o seu estilo marcante. Paul Gauguin viajou para o Taiti e a cultura exótica da região lhe rendeu trabalhos que exploram com originalidade a vida no campo, o simbolismo e a ousadia na combinação de cores. Entre as suas principais obras destacam-se o Cristo Amarelo, Jovem taitiana com uma flor, Duas mulheres na praia, De onde viemos? O que somos? Para onde vamos? e Jovens taitianas com flores de manga. Como pode ser observado na maioria dos seus trabalhos, o artista não se preocupava com a representação fiel das cores nas paisagens retratadas. Sua técnica ganha um apelo exótico e emocional, em que a cor é muitas vezes protagonista em meio a figuras estáticas, o que não agradava muito a crítica da época. Entretanto em 2015, mais de 100 anos após sua morte, o quadro Quando você casa? foi arrematado por 300 milhões de dólares por um museu do Qatar, tornando-se na ocasião a obra de arte mais cara já comercializada.

Crédito de imagens:
https://commons.wikimedia.org/
https://www.museothyssen.org/en/collection/artists/gauguin-paul/

https://www.photo.rmn.fr/archive/16-531226-2C6NU0A4JTY6A.html
https://www.kimbellart.org/collection-object/self-portrait